Por Renata lemos
Na semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, muitas reflexões são realizadas sobre o papel da mulher dentro do mercado de trabalho no contexto atual. Um resumo: elas estão exaustas. Vou explicar o porquê.
Uma pesquisa encomendada pela Pearson, em 2021, e realizada em seis países, para entender como o cenário de Covid-19 no mundo afetou a vida das mulheres tanto na carreira como na vida pessoal, demonstra que a equidade de gênero nas empresas ainda é um sonho.
Este estudo ouviu milhares de mulheres nos Estados Unidos, Reino Unido, Brasil, México, Índia e China, e mostrou claramente as barreiras em relação a independência e carreira. De acordo com o levantamento, no Brasil 84% das entrevistadas estão usando o período da pandemia para rever suas vidas e suas carreiras.
Quando avaliamos por gerações, esse número sofre pequenas variações. 89% da chamadas baby boomers – mulheres nascidas entre 1940 e 1960 –, 79% das mulheres da geração X – nascidas entre 1960 e 1980 –, 84% das millenials – mulheres nascidas entre 1980 e 2000 – e 86% das brasileiras da geração Z – mulheres nascidas no início do século 21 –, demonstra que independentemente da idade, a grande maioria das mulheres brasileiras estão refletindo sobre o rumo das suas carreiras.
Um dado interessante é que muitas das mulheres que participaram da pesquisa de diversas gerações e nacionalidades afirmaram que planejam empreender e iniciar um novo negócio ainda em 2022. No Brasil uma interessante análise é que quanto maior a idade, maior também é a vontade de abrir o próprio negócio. Os dados indicaram que 41% mulheres da geração baby boomers, 37% das mulheres da geração X, 33% das mulheres millenials e 30% das mulheres da geração Z passam por esta situação.
Outro fato relevante é relativo a idade. O estudo indicou que 65% delas sentem que a idade é um obstáculo na hora de se candidatar a uma nova vaga. Esse problema é mais evidente na faixa etária acima de 55 anos e para as que tem idade inferior a 24 anos.
Já na geração X essa percepção foi de 80%. A pesquisa sugere que a grande maioria das mulheres, sentem insegurança em relação a sua idade na hora de procurar emprego, seja pela maturidade, pela experiência adquirida ao longo da jornada, ou ainda pela pouca idade e consequentemente a falta de bagagem profissional.
A grande verdade é que as mulheres continuam lutando e buscando desenvolvimento em diversas competências para empreender e liderar. Daí sua exaustão. Daí sua pressão. Isso é o que as tornam moídas.
No Brasil 97% delas acreditam ter menos oportunidades que os homens dentro das organizações. A pandemia teve grande impacto na busca do desenvolvimento para desenvolver novas habilidades que rumaram um futuro mais igualitário, porém ainda há muito para ser revisto a fim de chegarmos a este ponto ideal.