Por Mariana Braga Louzada
Para que haja a possibilidade de conflito, basta que duas pessoas existam. Dentro de uma sociedade, com toda a sua complexidade, os interesses podem ser divergentes. Na maioria dos casos, as partes, por se sentirem prejudicadas, cada uma na sua razão, entendem pela necessidade de um terceiro para a solução da contenda. Para além dos tribunais, a figura da mediação ganha força no Brasil – além de evitar o litígio, promove a solução rápida dos casos.
A Mediação é umas das formas mais eficazes de resolução de conflitos, pois tem como objetivo fazer com que as partes voltem a se relacionar, voltem a conversar e consigam acalmar o seu interior, a sua paz de espírito, que, na verdade, é o que mais importa ao final. E, para que o objetivo consiga ser atendido, é necessário haver uma preparação antecedente, como o local em que será realizada a Mediação.
Até mesmo os bens dispostos na sala, as cores utilizadas para acalmar os ânimos, a música relaxante e o tipo de ambiente podem proporcionar boas vibrações para que as partes, ao adentrarem, sintam-se confortáveis e seguras para expor suas opiniões e, mais ainda, que estejam tranquilas para conseguir ouvir a parte contrária e compreender a ideia do outro.
Além disso, é de suma importância que o mediador seja totalmente imparcial e neutro em relação ao assunto que será abordado, prestando muita atenção na forma de comunicação com as partes e também no que cada um irá expor. Em alguns casos, será de grande valia repetir as falas dos mesmos, gerando assim a real compreensão e reflexão sobre o que foi dito.
A mediação, no mundo em que vivemos hoje, é até mesmo uma forma de civilidade, pois são deixadas para trás as disputas, a irracionalidade, o orgulho e outros sentimentos ruins que possam afligir o ser humano.
A seguinte fala sobre o assunto foi muito pertinente: “a mediação possibilita a transformação da “cultura do conflito” em “cultura do diálogo” na medida em que estimula a resolução dos problemas pelas próprias partes. A valorização das pessoas é um ponto importante, uma vez que são elas os atores principais e responsáveis pela resolução da divergência. (SALES, Lilia Maia de Morais. Mediação. Disponível em: https://imainstituto.com.br/qual-o-objetivo-da-mediacao-de-conflitos/. Acesso: 20.07.2022).
Portanto, a conclusão é que a Mediação é muito mais que só uma forma de resolução de conflitos, mas sim uma maneira de transformar a sociedade, de pacificar os relacionamentos entre os indivíduos. E é por isso que é necessário dar preferência a esta forma de solução de conflito.
Diferentemente da mediação, a conciliação, por exemplo, foca apenas no resultado, não se importando com a relação futura entre as partes. Da mesma forma, a negociação, onde haverá um terceiro interessado em defender uma das partes, sem qualquer imparcialidade.
Neste sentido, vejamos o defendido pela Academia MOL – Mediação Online: “a mediação aparece ao lado da negociação e da conciliação como os métodos que levam a uma solução autocompositiva, ou seja, formulada pelas próprias partes. Na conciliação, também participa um terceiro imparcial, mas que não está preocupado com as questões emocionais. Seu objetivo é tão somente fazer com que as partes encontrem uma solução para o conflito”. (Academia MOL – Mediação Online. Saiba a diferença entre mediação, negociação, conciliação e arbitragem. Disponível: https://www.mediacaonline.com/blog/saiba-diferenca-entre-mediacao-negociacao-conciliacao-e-arbitragem/. Acesso: 20.07.2022).
Dessa forma, pode-se dizer, inclusive, que a Mediação está ligada diretamente à inteligência emocional, evitando-se dores desnecessárias, como, por exemplo, o sentimento de injustiça. Conclui-se, assim, que a Mediação é uma ferramenta de pacificação, que pode mudar o rumo da vida dos indivíduos, fazendo grande diferença na solução dos conflitos e, quem sabe, num futuro próximo, possa vir a ser o principal meio de crescimento e contribuição para a nossa sociedade.