Em um intervalo de dois anos, o número de empresas industriais brasileiras que utilizam Inteligência Artificial (IA) mais que dobrou, apresentando um crescimento de 163%. O percentual subiu de 16,9% em 2022 para 41,9% em 2024 no setor industrial com 100 ou mais empregados.
Segundo a Pesquisa de Inovação Semestral (Pintec), feita pelo IBGE com apoio da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e da UFRJ, o total de empresas levantadas foi de 10.167, com uma amostra de 1.731 companhias. Entre essas, as que utilizam IA passaram de 1.619 para 4.261 no período analisado.
O estudo mapeou ainda que o uso de IA é mais frequente em empresas de maior porte. Em companhias com 500 ou mais empregados, 57,5% já adotam IA, contra 36,1% entre aquelas com 100 a 249 funcionários.
Nas atividades industriais, os setores com maior incorporação de IA foram:
- Equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos: 72,3% das empresas usam IA;
- Máquinas, aparelhos e materiais elétricos: 59,3%;
- Produtos químicos: 58%
Por outro lado, os ramos com menor presença de IA incluem fumo, couro e manutenção, reparação e instalação de mecanismos e equipamentos.
Além disso, a pesquisa revelou que 89,1% das empresas industriais já utilizam ao menos uma tecnologia digital avançada — como computação em nuvem, Internet das Coisas, robótica, big data ou manufatura aditiva.
Os benefícios mais citados pelas empresas com IA são: aumento de eficiência (90,3%), flexibilidade nos processos administrativos e produtivos (89,5%), melhora no relacionamento com clientes ou fornecedores (85,6%) e desenvolvimento de novos produtos ou serviços (74,7%). Menos da metade, porém, apontou que a adoção de IA foi decisiva para entrada em novos mercados.
Entre os principais obstáculos para a adoção de IA, destacam-se os altos custos da tecnologia e a escassez de mão de obra qualificada, apontados por cerca de três quartos das empresas que ainda não utilizam tecnologia digital avançada.