O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, acaba de sancionar o projeto de lei que proíbe o uso de celulares em escolas públicas e privadas em todo o estado. As novas regras, que vetam o uso de qualquer equipamento com acesso à internet, como celulares, tablets, relógios inteligentes e outros dispositivos eletrônicos similares, passam a valer daqui a 30 dias. Caso o estudante opte por levar o aparelho para a escola, ele será armazenado sem a possibilidade de acesso durante todo o período de permanência na escola, inclusive intervalos das aulas.
O uso dos equipamentos eletrônicos está permitido somente para alunos com deficiência que necessitem de auxílios tecnológicos específicos para participação nas atividades escolares e nos casos em que houver necessidade pedagógica para utilização de conteúdos digitais ou ferramentas educacionais específicas.
Na avaliação do consultor de políticas públicas educacionais da Fundação de Apoio à Tecnologia (Fundação FAT), Francisco Borges, a proibição do uso de celulares nas escolas é uma medida radical e desnecessária, já que os smartphones podem ser uma ferramenta poderosa de aprendizado.
“A Educação é a forma mais brilhante de exercer a gestão, a organização, o uso de recursos e estimular a inspiração. Isto não se dá por imposições e proibições. Se os professores não conseguem ganhar a concorrência dos smartphones é porque efetivamente, os tempos dos encontros escolares não fora bem planejados ou não foram bem desenvolvidos ou executados, e o estudante preferiu focar em algo mais encantador ou mais atraente através do dispositivo de comunicação à mão”, afirma.
Segundo o educador, o smartphone, na verdade, pode ser uma importante ferramenta de engajamento. “Utilizar para acessar imagens dos espaços que estamos estudando, para voltar ao tempo que estamos refletindo. É possível se aproveitar das imagens e dos sons que podem vir dos recursos tecnológicos e isso é parte do processo de conquista dos professores. Os docentes podem superar a concorrência com os smartphones se efetivamente utilizá-los como parte dos recursos que disporá para tornar o momento de aprendizagem o mais motivador e encantador”, explica.
Para ele, quando os professores e coordenadores se mostrarem atentos a forma de ensinar e não ao “o que ensinar” somente, o equilíbrio do uso de recursos tecnológicos, dentre eles os smartphones, trazidos pelos alunos serão parte integrante do processo ensino aprendizagem. “Neste momento o Está Proibido dará lugar ao A Senha da Rede É”, observa.