Inflação de 2025 ficará abaixo do teto da meta, em 4,46%, aponta Boletim Focus

Pela segunda semana consecutiva, as projeções para a inflação de 2025 no Brasil estão abaixo do teto da meta. O Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (24) pelo Banco Central, aponta que o mercado financeiro prevê que o ano fechará com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 4,46%.

Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta para a inflação é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Portanto, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%. Com a projeção de 4,46%, o mercado estima que o Brasil ficará dentro da meta estabelecida, porém próximo ao teto.

Melhora nas expectativas

A melhora na previsão veio após o resultado da inflação de outubro (0,09%), anunciado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ser o menor para o mês desde 1998. Com isso, a inflação acumulada em 12 meses, encerrando em outubro, ficou em 4,68%. Foi a primeira vez em oito meses que o patamar ficou abaixo da casa de 5%.

A revisão do Boletim Focus para o IPCA de 2025 estava em 4,56% há quatro semanas e em 4,46% na semana passada. Para os anos subsequentes, as projeções inflacionárias apresentadas pelo mercado estão em 4,18% para 2026 e em 3,80% para 2027.

Taxa Selic e política monetária

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, atualmente definida em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). O recuo da inflação e a desaceleração da economia levaram à manutenção da Selic pela terceira vez seguida na última reunião, no início deste mês.

No entanto, o Copom não descarta a possibilidade de voltar a elevar os juros caso julgue apropriado. Em nota, o Banco Central informou que o ambiente externo se mantém incerto por causa da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, com reflexos nas condições financeiras globais.

Já no Brasil, a autarquia destacou que a inflação continua acima do centro da meta (3%), apesar da desaceleração da atividade econômica, o que indica que os juros continuarão altos por bastante tempo. A estimativa dos analistas de mercado é, há 22 semanas, de que a Selic encerre 2025 em 15% ao ano.

Projeções para a Selic

As previsões para a taxa básica de juros foram revisadas para baixo em relação a 2026, passando dos 12,25% projetados nas semanas anteriores para 12% nesta edição do boletim. Para 2027, as projeções estão estáveis em 10,50%.

Como a Selic impacta a economia

Quando o Copom aumenta a Selic, a finalidade é conter a demanda aquecida, o que causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Os bancos ainda consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando a taxa Selic é reduzida, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

Projeções para o câmbio

Com relação ao câmbio, as projeções do mercado financeiro se mantiveram estáveis, indicando que o dólar fechará o ano cotado a R$ 5,40. O mercado manteve também as mesmas projeções divulgadas nas semanas anteriores para a moeda norte-americana, tanto para 2026 quanto para 2027: R$ 5,50.

Fonte: Agência Brasil

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