O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP) será o local da primeira unidade inteligente do Sistema Único de Saúde (SUS) no país: o Instituto Tecnológico de Emergência. O projeto tem o potencial de diminuir em 25% o tempo de espera no pronto-socorro, reduzindo o atendimento de uma média de 120 para 90 minutos.
O investimento total para a construção e implementação da unidade é de R$ 1,7 bilhão, proveniente de uma colaboração com o Banco do BRICS. A expectativa é que a unidade entre em operação em 2029. Para viabilizar o projeto, o governo federal firmou um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com o HC e a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, responsável pela cessão do terreno.
Capacidade e estrutura
O hospital terá 800 leitos, sendo 250 de emergência, 350 de UTI e 200 de enfermaria, além de 25 salas cirúrgicas. A expectativa é que a unidade beneficie cerca de 20 mil pacientes por ano. A capacidade anual prevê atendimento a 180 mil pacientes de emergência e terapia intensiva, 10 mil em neurologia e neurocirurgia e 60 mil consultas ambulatoriais de neurologia.
Tecnologia de ponta
A unidade será totalmente digital, com uso de inteligência artificial, big data, telemedicina e conectividade integrada. Essa inovação permite processos assistenciais mais rápidos e precisos. A população contará com atendimento mais rápido, moderno, integrado e seguro, avançando para um modelo de cuidado baseado em tecnologia e alta performance clínica.
Todo o complexo seguirá padrões internacionais de sustentabilidade, incluindo certificação verde e monitoramento do consumo de energia, água e resíduos.
Rede Nacional de Hospitais Inteligentes
O Instituto Tecnológico de Emergência faz parte da Rede Nacional de Hospitais e Serviços Inteligentes e Medicina de Alta Precisão do SUS, lançada pelo Ministério da Saúde para modernizar a assistência especializada no país. A iniciativa prevê a implantação de 14 UTIs automatizadas que funcionarão de forma interligada nas cinco regiões do país.
As 14 UTIs inteligentes funcionarão em hospitais selecionados em Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Dourados, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Teresina. Além disso, oito unidades hospitalares serão modernizadas em São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, incluindo o novo hospital da Unifesp e quatro hospitais federais em parceria com GHC, Fiocruz, UNIRIO e UFRJ.
Reconhecimento institucional
Para a diretora da Faculdade de Medicina da USP, Eloísa Bonfá, a primeira unidade digital do país será um novo marco no SUS. “Hoje celebramos um momento histórico, o lançamento do instituto tecnológico de emergência que inaugura um novo horizonte para a saúde do nosso país. É muito bom saber que o Ministério da Saúde tem essa visão de futuro para ampliar a assistência e inovação para a população”, destacou.
O superintendente do HC-FMUSP, Antônio José Rodrigues, ressaltou que a unidade é um dos maiores complexos de saúde da América Latina e já foi classificada como um dos melhores hospitais públicos do país. “Atualmente, o HC responde por 35% dos casos de alta complexidade no estado de São Paulo. Esse projeto inovador vai ampliar a assistência e o cuidado com a população”, afirmou.
Cooperação internacional
No mês de agosto, uma missão técnica do Banco do BRICS realizou reuniões em Brasília e visitou o local previsto para a construção do novo instituto. Em outubro, durante agenda oficial na China, o ministro Alexandre Padilha firmou acordos de cooperação tecnológica e apresentou o projeto ao banco. A assinatura do ACT era o último documento necessário para a conclusão do pedido de financiamento.
Fonte: Agência Brasil



