De olho no futuro: a tecnologia deve potencializar o setor jurídico

Por Vinícius Marques

O debate voltado ao avanço de novas tecnologias sobre o cenário empresarial costuma ser bastante abrangente. Afinal, não se pode fugir do fato de que nenhuma organização é similar à outra, e isso afeta, diretamente, a maneira como a realidade operacional absorverá o componente tecnológico. No que diz respeito ao mercado de ferramentas digitais, o campo para o desenvolvimento e implementação de soluções personalizadas tem se expandido ano após ano, abrindo portas para empresas dos mais diversos portes e segmentos — inclusive do Direito.

Pelo alto nível de complexidade operacional que caracteriza a rotina de muitos escritórios de advocacia, a oportunidade de se simplificar processos e estimular a produtividade dos profissionais não pode ser subestimada. Em tempos de transformação digital, manter-se alheio ao fenômeno é permanecer em uma área com morosidade e um ambiente desfavorável ao protagonismo de pessoas preparadas para atuar de forma estratégica.

Dito isso, deve-se ter em mente que tão importante quanto a consolidação da tecnologia no âmbito interno é a jornada que levará à normalização do tema entre todos os envolvidos no cotidiano de operações. Demanda tempo, adaptação e um olhar cirúrgico sobre a participação das equipes em meio à automatização de etapas específicas.

Uma nova concepção de cultura organizacional

Ao optar pela adoção de um software jurídico robusto e escalável, o gestor possibilita a reformulação completa da estrutura processual empregada pelo escritório. Isso significa, em outras palavras, delegar procedimentos repetitivos à chancela da máquina, que, por sua vez, concederá ganhos elevados de assertividade e agilidade. O resultado será uma nova dinâmica de produção, em um plano de fundo de clareza e transparência sob a perspectiva das lideranças. Nesse contexto, o hábito de identificar pontos de melhoria e reconhecer métodos de trabalho mais adequados será bem-vindo, sempre resguardado pela inovação.

Essa postura de observância vai ao encontro dos efeitos da digitalização sobre a controladoria interna, bem como a introdução de políticas de Compliance. Trata-se de um movimento compatível com as principais exigências da atualidade, tornando possível mudanças culturais de extrema relevância para o negócio como um todo. Novamente, destaco que é preciso enxergar iniciativas do tipo com a devida amplitude.

Inteligência Artificial representa um futuro que já começou

Segundo uma pesquisa realizada pela Statista, instituição especializada em dados, em 2020, o mercado de tecnologia jurídica movimentou cerca de R$ 96, 85 bilhões ao redor do mundo. Até 2025, a estimativa é de que o setor consiga movimentar aproximadamente R$ 138, 66 bilhões. A crescente é positiva e ilustra com fidelidade o avanço de práticas inovadoras sobre o Direito. No Brasil, a tendência é de que o quadro acompanhe a margem global.

Encerrando o artigo, é plausível afirmar que o futuro nunca esteve tão próximo de quem trabalha com a advocacia. A Inteligência Artificial (IA) continuará se expandindo por cada vez mais escritórios, simplificando a vida de quem deseja crescer na área e pavimentando um caminho de estabilidade para um dos setores mais importantes de nossa sociedade. Os desafios existem, isso é fato, mas com as ações recomendáveis e o valor atribuído à transformação cultural dos profissionais será possível superar obstáculos e aproveitar o que há de mais proveitoso em termos tecnológicos.

Vinicius Marques é Founder e CEO da EasyJur Software Jurídico Inteligente, especializado em Gestão e Tecnologia Jurídica

More From Author

Postagens nas redes pode causar demissão

Postagens nas redes pode causar demissão por justa causa

FGV Direito Rio

FGV Direito Rio lança Comitê de Regulação de Portos