A Advocacia-Geral da União (AGU) protocolou, no último sábado, uma notícia de fato no Supremo Tribunal Federal (STF) para que seja investigado um possível uso de informações privilegiadas no mercado de câmbio brasileiro. A suspeita envolve operações realizadas antes e depois do anúncio, pelos EUA, de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, previsto para entrar em vigor em 1º de agosto.
De acordo com veículos como Folha de S.Paulo e Gazeta do Povo, houve movimentações bilionárias — estimadas entre US$ 3 e 4 bilhões — de compra de dólares poucas horas antes do anúncio feito em 9 de julho, seguidas por venda imediata após a divulgação. Tais transações, que teriam resultado em lucros de até 50% em menos de três horas, levantam suspeitas de insider trading, crime tipificado pela Lei 6.385/76 – punições incluem até cinco anos de prisão e multa.
A AGU também requisitou que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Polícia Federal atuem para investigar os fatos. O caso foi incluído no inquérito que apura a atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, com base na alegação de que o “tarifaço” teria sido usado como instrumento de coação política institucional.
A pedido da AGU, a PGR foi informada e instruída a encaminhar o caso ao STF, onde o ministro Alexandre de Moraes é o relator da investigação.